domingo, 7 de agosto de 2011

Geraldo Espíndola

Geraldo Espíndola é o compositor-símbolo do Centro Oeste brasileiro. Ele fala “porta” e “porteira” com o sotaque típico do povo que nasceu nestas bandas do Brasil de dentro. Não gosta de cidade grande, sustenta um afinado discurso ecológico e tem um jeito carinhoso que cativa todo mundo. O modo geraldiano de compor, aliás, mudou o rumo da música feita nestes confins do Brasil e fundou uma linha na música popular que até hoje não foi analisada devidamente.

“A arte de Campo Grande, Cuiabá e Goiânia ainda será descoberta. Vai chegar o momento do Centro Oeste”, prevê, com sua voz gravíssima. Com centenas de composições, Geraldo convive sem conflito com o fato de a maioria dos artistas de fora de Mato Grosso do Sul pedir sempre a mesma música para gravar: Vida Cigana. A maior intérprete do compositor continua sendo a irmã Tetê Espíndola, que gravou pela primeira vez a música em 1980.

Considerado fundador da cena roqueira de Campo Grande, Geraldo é também personagem de muitas histórias. Nos anos 1970, quando morava no Rio de Janeiro e cantava no grupo Lodo, apareceu careca. “Comecei minha carreira no Rio totalmente sem cabelo e tocando craviola de 12 cordas no tempo áureo dos cabeludos e da guitarra elétrica.”

Sem viver só das glórias do passado, o compositor, que já fez grande sucesso na Europa, gosta mesmo de seguir, como diz, o ritmo do rio. “Vivo todo dia como se fosse o último da minha vida”, filosofa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário